Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Turnê de Sandy e Junior coroa documentário sobre a dupla no Globoplay

O Globoplay levou a melhor na disputa pelo registro da muito bem-sucedida turnê Nossa História, que celebrou os 30 anos de Sandy & Junior. Mas o aproveitamento de todo o material registrado nos shows realizados pela dupla nesse retorno aos palcos, e de seus bastidores, após 12 anos de jejum da parceria, será ainda melhor, muito melhor, do que uma edição especial que, em termos triviais, poderia simplesmente constar em DVD ou em um programa de televisão linear.

Para uma história tão fora da curva do showbiz, como endossou o sucesso da turnê da dupla, que superou todas as expectativas de bilheteria, comoção e do próprio espetáculo ali apresentado, convém apresentar uma produção igualmente fora da curva. Assim, a plataforma promete para 2020 uma série em sete episódios que conta toda a trajetória da dupla, desde a primeira gravação, ainda aos seis e cinco anos de idade, respectivamente, de Sandy Leah Lima e Durval Lima Júnior.

Quando começaram, em 1990, eles eram os “filhos do Xororó”, famoso pela dupla com o irmão Chitãozinho. Hoje, é Xororó quem pode ser anunciado como pai de Sandy e Júnior, o que digo com conhecimento de causa.

Anunciada após a última apresentação da turnê Nossa História,  em show para 100 mil pessoas no Parque Olímpico, no Rio, a série do Globplay resgata imagens domésticas guardadas pela família, cenas de participação em programas de TV desde pequenos e depoimentos de quem viu essa trajetória seguir adiante, a despeito de várias previsões equivocadas no sentido contrário.

Desde que o projeto de uma turnê nostálgica com Sandy & Junior foi anunciado, em celebração aos 30 anos da dupla, sabia-se que o resultado do show seria de alguma forma absorvido pela televisão. Mais de um canal e plataforma se interessou pelo show Nossa História.

O desfecho disso se dá com a mesma competência com que os pais, Xororó e Noely Lima, conduziram a carreira dos filhos: com cuidado e organização para escolher a melhor oferta, sempre tendo o controle do resultado final.

Um depoimento pessoal…

Quando digo que falo com conhecimento de causa, não vai aí um discurso à base da força de expressão. Tive o prazer de trabalhar com a família em ocasiões pontuais de turnês em São Paulo e Rio de Janeiro, com passagens anuais por Barretos, em um período de quase quatro anos. Chitãozinho, Xororó, Sandy e Júnior fizeram, por um bom tempo, parte do meu radar como jornalista, na função de assessoria de imprensa.

Testemunhei as diversas lições de casa que os dois faziam nos bastidores de estúdios de TV, pouco antes de gravarem participação em programas, ou mesmo antes dos shows, com atividades muitas vezes estendidas aos trajetos entre uma emissora e outra ou entre Campinas-São Paulo-Campinas, onde nasceram e cresceram.

Com pai e tio famosos, além do histórico artístico dos avós maternos, que se apresentavam em circos, Sandy e Júnior foram guiados de perto pelos pais em um meio sabidamente cruel, que normalmente se vale da fofurice das crianças para explorar seus potenciais de audiência, sem necessariamente lhes garantir espaço sob os holofotes depois que crescerem.

Desde cedo, os pais os preparavam para esse possível desencanto que abandona tantas estrelas mirins por aí, mote que já inspirou série (como “Samantha!”, na Netflix) e novela (como “Verão 90”), ambos com mais de um caso a servir de inspiração na vida real.

Por tudo isso, o histórico dos dois vale os milhares de ingressos vendidos nessa turnê nostálgica, e até quem não conhecia a dupla começou a se estapear por um ingresso, efeito em boa parte alimentado pela histeria das redes sociais, algo inexistente nos idos da carreira infantil.

Abaixo, o trailer da História de Sandy e Júnior.

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Cristina Padiglione

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