Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

‘Foi uma descortesia’, diz Ricardo Lessa sobre sua despedida do Roda Viva

O âncora do 'Roda Viva', Ricardo Lessa / Reprodução

Âncora do Roda Viva desde abril do ano passado, Ricardo Lessa se despede do programa da TV Cultura na próxima segunda-feira com uma edição já gravada com o ex-secretário de governo da Presidência da República, general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Assim como Augusto Nunes, seu antecessor no posto, que escolheu seu entrevistado de despedida do programa, o então juiz Sergio Moro, Lessa quis que seu último Roda Viva fosse com Santos Cruz.

A direção da emissora chegou a sugerir para esta semana uma entrevista com o economista Bernard Appy, um dos autores da reforma tributária a ser votada no Congresso, mas Lessa insistiu na opção de encerrar sua gestão à frente do Roda com Santos Cruz.

Na edição, o general não poupa o governo Bolsonaro de críticas, comenta sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada dos Estados Unidos, disse que votaria no ministro Sergio Moro para a presidência e defende o general Rocha Paiva, chamado de “melancia” pelo presidente Jair Bolsonaro, em alusão a um suposto viés comunista.

Diante da resistência de Lessa em fazer seu último programa com Appy, a Cultura gravou uma outra edição do programa sem ele, ancorada por Aldo Quiroga, e vai exibi-la no horário do programa, às 22h desta segunda. A edição com Santos Cruz, escolhida para a despedida de Lessa, ficará para meia-noite.

Em nota, atendendo à solicitação do blog sobre as razões para empilhar duas edições, a emissora informa que não poderia deixar Appy para outro dia porque um novo programa será inaugurado na semana seguinte, com a estreia de novo cenário e de Daniela Lima, editora do Painel, da Folha, como âncora. Informa ainda que optou por exibir Appy às 22h porque o assunto é mais “quente”.

Procurado pelo blog, Lessa disse que não apenas se sentiu “chateado” por ter tido sua última edição transferida para horário menos nobre, como “indignado, vilipendiado”. “Foi uma descortesia, uma falta de consideração por quem não faltou um só dia de gravação em 16 meses de contrato, além de ter batido todas as metas de audiência. Só no YouTube, o aumento foi maior que 200%”, ressalta.

Após a exibição na TV, as duas entrevistas estarão disponíveis no site da emissora e no canal da Cultura pelo YouTube.

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Cristina Padiglione

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