Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

TV perde Larry King para a Covid

O jornalista Larry King, morto aos 87, lenda da CNN americana que sabatinou de presidentes e pop stars / Reprodução

Infectado com a Covid-19 e internado desde 2 de janeiro, Larry King, um dos jornalistas mais famosos da TV nos Estados Unidos, morreu neste sábado (23), aos 87 anos.

King ficou 25 anos no ar com o “Larry King Live”, programa de entrevistas da CNN. A seguir, cirou a plataforma Ora Media para exibir seus programas, o “Larry King Now” e o “Politicking with Larry King”.

“É com profundo pesar que a Ora Media anuncia a morte de nosso cofundador, apresentador e amigo Larry King, que morreu nesta manhã aos 87 anos no Centro Médico Cedros Sinai de Los Angeles”, diz um comunicado publicado em seu perfil oficial no Twitter.

King tinha diabetes do tipo 2, retirou um câncer de pulmão em 2017, enfrentou câncer de próstata e sofreu infarto em 2019, tendo se submetido a uma angioplastia.

“Seja entrevistando um presidente dos EUA, um líder estrangeiro, uma celebridade, um personagem escandaloso, ou um homem comum, Larry gostava de fazer perguntas curtas, diretas e descomplicadas. Ele acreditava que questões concisas produziam as melhores respostas, e ele não estava errado”, diz um trecho do texto postado no Twitter para o anúncio de sua morte.

Filho de imigrantes –de mãe austríaca e pai bielorrusso–, King nasceu no Brooklyn, em Nova York, em 19 de novembro de 1933. Deixa três filhos e nove netos. Ele foi casado oito vezes, a mais recente com Shawn Southwick, entre 1997 e 2019; e teve dois outros filhos, Andy e Chaia, que morreram em 28 de julho e 20 de agosto -ele, de ataque cardíaco, e ela, de câncer de pulmão.

“É com tristeza e o meu coração partido de pai que confirmo a recente perda de dois de meus filhos, Andy King e Chaia King. Ambos eram almas boas e amáveis, e sua falta será muito sentida”, disse ele. “Perdê-los parece tão fora de ordem. Nenhum pai deve ter que enterrar um filho”, desabafou o veterano em agosto.

Com mais de 60 anos de carreira, King começou sua trajetória profissional como locutor esportivo em uma rádio da Flórida em 1957.

Nas contas da agência Associated Press, ele fez mais de 50 mil entrevistas.

Evitava parecer intelectual demais, definindo-se “apenas como um cara curioso que faz perguntas”.

Em um livro de memórias, King disse que “há muitos entrevistadores que recitam três minutos de fatos antes de fazer uma pergunta. Parece que querem dizer ‘vejam como sou inteligente’. Eu acho que é o convidado quem tem que ser o especialista”.

Ao ex-presidente Richard Nixon, perguntou uma vez: “Quando você dirige pela ponte Watergate, você se sente estranho?”. O republicano havia renunciado depois de denúncias de corrupção durante seu mandato que ficaram conhecidas como o Caso Watergate.

Na era pré-internet e bem antes que o passarinho azul fizesse milhões de interações com a TV pelo Twitter, King atendia a telefonemas de espectadores comuns que podiam ligar para a CNN e fazer perguntas ao vivo para os entrevistados do programa. Pelo canal, o programa era distribuído para mais de 200 países, podendo alcançar uma plateia com potencial de 150 milhões de residências.

De sua lista de entrevistados, fizeram parte nomes como Ronald Reagan, George Bush, Margaret Thatcher, Mikhail Gorbatchev, Madonna, Hillary Clinton, Vladimir Putin, Al Gore e Bill Clinton juntos, Hugo Chavez e tantos outros nomes de alto escalão.

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Cristina Padiglione

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