Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Última temporada de ‘Sob Pressão’ promete gancho para possível volta

Julio Andrade, que desta vez também dirige alguns episódios, e Marjorie Estiano: casal começa nova safra no Samu / Divulgação

Estreia hoje, quinta-feira, após a novela “O Sétimo Guardião”, a terceira e última temporada da ótima série “Sob Pressão”.

Responsável pelo texto final desta safra, Lucas Paraízo confessa que deixou um gancho (pretexto, no jargão da teledramaturgia) para a possível continuação ou retorno do título, em outro momento.

Será que a Globo vai anunciar o fim de “Sob Pressão” na TV aberta para fazer dela um título que terá sua primeira janela de exibição pelo serviço pago do Globoplay?

Quando fiz esta pergunta à equipe, em um encontro onde foi apresentado o primeiro episódio desta temporada final, e lá estava também o diretor Andrucha Waddington, deram de ombros, em gestual que foi lido como um “será?” ou “pode até ser”.

É  esperança de todos nós, inclusive da equipe e do elenco, que a série não acabe aqui. Aliás, a primeira pergunta, em tom indignado, feita logo após aquela exibição, foi de uma jornalista inconformada com a decisão de encerrar a série, que aborda saúde pública com foco em vários males da sociedade, como abuso de menores, intolerância religiosa e de orientação sexual, tráfico de drogas, violência doméstica, e por aí vai.

Diz a Globo que tudo tem seu ciclo. Pois é. O ciclo de “Sob Pressão” está longe de se esgotar, como já observou Mauricio Stycer.

Afinada e afiada com elenco, texto e direção que faz tudo aquilo parecer muito real, “Sob Pressão” traz entretenimento com repertório para reflexão e utilidade pública. As histórias estão calçadas no livro do médico Marcio Maranhão, “Sob Pressão”, que também serve como consultor da série.

Melhor é ter tudo isso e atrair audiência, o que é o caso da série. Pergunta: quantas séries são lançadas por ano com esse nível de acerto? Quantas séries médicas são lançadas a cada dez anos no Brasil? Quantas dessas obtêm êxito? Qual a chance de encerrar “Sob Pressão” para investir em um produto inferior?

Combinação rara para a TV, “Sob Pressão” tem mais a contribuir. “Dona Rede Globo” (como diria o crítico pernambucano vivido por Marcelo Adnet no “Tá no Ar”) deveria sossegar os fricotes de quem lança um produto atrás do outro só para parecer inovadora, e nessa, acaba enterrando ótimos projetos vivos.

A nova temporada traz Drica Moraes como participação extra em um elenco já azeitado, encabeçado por Julio Andrade e Marjorie Estiano, ao lado de Bruno Garcia. Joana Fomm faz breve participação da nova safra, que começa com nossos heróis a serviço do Samu, em dia de greve dos caminhoneiros, com todo o caos a que a situação tem direito.

Com direção artística de Andrucha Waddington e direção de Mini Kerti, Rebeca Diniz, Pedro Waddington e Julio Andrade (que também dirige, desta vez), ‘Sob Pressão’ é uma coprodução da Globo com a Conspiração Filmes. A terceira temporada é escrita por Lucas Paraizo com Marcio Alemão, André Sirângelo, Claudia Jouvin, Flavio Araújo e Pedro Riguetti.

Que venham outras mais, por favor. Façamos pressão para manter “Sob Pressão”.

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Cristina Padiglione

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