Washington Olivetto prepara nova safra do W/Cast, que chega ao GloboPlay
Como celebrado publicitário que coleciona grandes histórias de bastidores, Washington Olivetto tem se divertido com o W/Cast, videocast que nasceu como podcast e chega agora à sua 3ª temporada com mais uma vitrine para abrigar suas conversas.
Além de seguir no Spotify, YouTube e outras plataformas de áudio, o W/Cast estará também no GloboPlay, serviço que adere ao conteúdo de Olivetto com a disposição de melhorar o que nem precisaria de melhoras, como a qualidade técnica desses grandes encontros promovidos entre o anfitrião e amigos de longa data ou nomes de relevância no cenário nacional.
“Para os trechos que forem gravados com vista para fora, por exemplo, temos uma espécie de filtro nos vidros, para o sol não refletir”, citou Olivetto na nossa conversa pelo Zoom. E é sol que não acaba mais. O cenário do W/Cast é o apartamento dele de frente para o mar, na zona sul carioca.
Morador de Londres desde 2017, ele desembarcou há alguns dias no Rio de Janeiro para gravar a nova safra de conversas –e não entrevistas, como gosta de pontuar.
“O W/Cast não são entrevistas, porque eu não sou um entrevistador, eu não tenho pretensão de ser um Jô Soares ou um Pedro Bial. Os W/Cast são conversas minhas, ou seja, como toda conversa, eu tenho o direito de interromper, de dar palpite, de trocar o assunto, e são conversas com pessoas com as quais eu fiz alguma coisa, ou de trabalho ou de vida, que as pessoas não saibam”, explica.
“Então, é sempre coisa inédita. Na conversa que eu tive com o Boni [na 2ª temporada], eu praticamente só falei da vida do Boni antes da Globo, porque o pedaço Globo todo mundo sabia, a gente se conhece de muitos anos.”
A safra da vez inclui nomes como os cantores Martinho da Vila e Teresa Cristina, os atores Antonio Fagundes e Cláudia Abreu, a ministra Carmen Lúcia, os jornalistas Juca Kfouri e Zeca Camargo, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o chef Claude Troisgros, o fotógrafo Bob Wolfeson, o médico Paulo Niemeyer, além de Glorinha Kalil e Fernando Gabeira.
Quando conversamos, Olivetto ainda aguardava o Ok de Seu Jorge, que está às voltas com bebê recém-nascido em casa, e Tom Zé. Mas, de modo geral, ele não tem do que se queixar. “Serão 15 edições, tomara que estoure para 18 ou 19, já que está todo mundo aceitando”, diz.
“É gente de todos os tipos, esse é o critério. Com Martinho [da Vila], tem uma história que ninguém sabe, que anos atrás eu convidei ele não pra cantar, mas pra ser locutor de um comercial. Porque eu queria uma voz muito brasileira, num comercial da Natura.
Nesses dias vai ter também a Tereza Cristina, que se transformou na grande figura da época do confinamento pela Covid, por causa das lives, e tem uma coincidência comigo, porque na época da Covid foi quando eu criei o W/Cast.”
Olivetto cita ainda Kfouri, padrinho do seu filho, batizado por D.Paulo Evaristo Arns. Aliás, Kfouri e Olivetto são os criadores da Democracia Corinthiana como movimento ou marca, digamos assim –não na prática, evidentemente, que nasceu nas entranhas do próprio Corinthians, em 1982, a partir do hábito do time da época e de toda a equipe decidir tudo a partir de votação.
Pergunto se Olivetto, corinthiano devoto, já viu a nova série do GloboPlay, “Sou Corinthians”, e se gostou. “Já vi. Eu gosto de tudo o que o Corinthians faz”, resume ele, que é autor, ao lado do jornalista Nirlando Beirão, do ótimo “É Preto no Branco”, livro lançado pela Ediouro cuja última edição saiu em 2005.
Troisgros, outro convidado desta safra, é amigo desde que chegou ao Brasil, há mais de 30 anos.
“Com o Gabeira, eu quero falar de moda, porque ele entende muito de moda, desde a tanga de crochê e das roupas do Mr. Wonderful, que a gente usava. As conversas vão sempre para um caminho inesperado.”
“Com o Zeca Camargo, quero falar das viagens também, mas do livro da Elza Soares, que ele escreveu. Aí tem a Glória Kalil, que é madrinha da minha filha, e também a gente tem muita história junto: anos atrás, nós tínhamos uma confraria: eu, o Walter Clark, o Thomas Souto Correa, o André Midani. E aí um dia a gente falou: não tem cabimento não ter uma mulher no grupo, e aí convidamos a Glória kalil.”
Com o advogado Kakay, a conversa vai enveredar para poesia, comida e futebol.
A Paulo Niemeyer, “maior neurocirurgião do Brasil” e membro da Academia Brasileira de Letras, quer perguntar se na escola ele era melhor em exatas ou humanas.
São ideias assim que permeiam a pauta flexível do anfitrião do W/Cast. Se a conversa tomar outros rumos, tanto melhor. “Não me preocupo com isso, se quisermos sair do assunto, saímos, o que eu faço são guias meus para a abertura e para provocar”, diz.
As conversas duram pouco mais de uma hora, mas podem passar disso. Dificilmente chegam a ter 3 horas, como aconteceu no caso de Boni e de Jorge Ben Jor, que eternizou a agência publicitária W Brasil, de Olivetto, na Música Popular Brasileira. Ambos tiveram de ser editados.
O ideal também é gravar com um convidado por dia, não mais que isso, mas esse expediente, por questões de operação e de agenda, nem sempre será possível, e haverá pelo menos três dias ocupados com dois nomes em cada data.
A estreia é esperada para março, talvez abril.
Até hoje, o W/Cast já contou com nomes como Pedro Bial, Ricardo Freire, Roberta Sudbrack, Raí, Malu Mader, Paula Toller, Nelson Motta, João Carlos Martins, Lulu Santos, Roberto Medina, Ricardo Amaral, Edson Celulari, Maria Prata, Andrucha Waddington e outros, além dos já aqui citados Boni e Jorge Ben Jor.
E é claro que uma produção com um publicitário, e não qualquer publicitário, mas o Pelé da publicidade, teria de vir com patrocínio, e Olivetto honra essa condição com um forte anunciante.
Abaixo, segue o link da conversa de duas horas com Boni, disponível no canal W/Cast no YouTube, onde se encontram outras edições.
