Globo promove tributo à TV aberta em programa histórico de Huck no Melhores do Ano
Luciano Huck fez história neste domingo, 15/12, ao unir na edição de Melhores do Ano representantes de quase todas as redes de TV comerciais. Tudo ao vivo, sem filtro, em demontração da Globo de maturidade e segurança no próprio taco.
Ticiane Pinheiro, da Record, esteve presente sob o pretexto de acompanhar o marido, Cesar Tralli. Sônia Abrão, cujo programa na Rede TV! se ocupa basicamente do que acontece na Globo, também teve lugar no auditório, com espaço para falar à vontade no microfone.
Faltou a Band.
Em compensação, do SBT estavam as próprias donas da casa, as Abravanel Daniela e Patrícia, filhas número 3 e número 4 de Silvio Santos, respectivamente, sentadas bem ao lado de Amauri Soares, diretor da TV Globo e Estúdios Globo, e a poucos metros do presidente do grupo, Paulo Marinho. No caso das herdeiras do SBT, a presença se justificava por homenagem ao pai, morto em agosto. O momento teve direito a transmissão simultânea pela emissora delas, o que Patrícia definiu como um episódio inédito, que “nunca aconteceu”.
Na verdade, já havia acontecido. Foi quando Faustão e Gugu receberam um caminhão de dinheiro para protagonizarem uma campanha publicitária que envolvia um diálogo entre os dois, icônicos concorrentes, ao vivo, ao alcance de quem via o SBT e a Globo ao mesmo tempo. Isso foi lá em 2003. O sinal não era o mesmo, mas quem acompanhava um canal podia perfeitamente acompanhar o fio da meada.
O que nunca havia ocorrido antes foi Huck jogar cédulas de R$ 100 ao seu auditório, como prova a imagem deste texto.
Quem conheceu a genial campanha criada por Washington Olivetto naquela mesma década de 1990, anunciando o SBT como campeão absoluto da vice-liderança, e todas as brigas compradas por Silvio na competição contra a Globo, sempre há de se espantar diante desse cenário. Mas o SBT, a essa altura, raramente oferece riscos de roubar audiência da Globo, como acontecia no passado.
Dirão que já vimos largos tributos a Senor Abravanel na tela do plim-plim por ocasião de sua morte, quando até os logotipos das duas emissoras se sobrepuseram nas imagens do longo obituário dedicado ao maior animador do país, que se despediu deste plano aos 93 anos. Mas o Melhores do Ano avançou, ao abrir o foco das câmeras para rostos de outros canais em um mesmo espaço.
Antes que as Abravanel aparecessem em cena, Paulo Vieira, que se tornou aquele contratado a quem tudo é permitido dizer, abriu uma sacolinha digna da Rua 25 de Março, com tiaras de anteninhas. Uma anunciava o nome “Record” e foi colocada em Tici. Outra, estampando RedeTV!, ficou com Sônia Abrão, e a da Globo foi ostentada por Vieira, eleito pela segunda vez o Melhor Humorista do Ano da casa. Era para ser um tributo à TV aberta, e talvez por isso Tici tenha lançado a celebração “contra o streaming”.
Mas Vieira vem inspirando os colegas a seguirem seu exemplo de liberdade. Nessa pegada, perguntado por Huck sobre o que conversava com Sônia Abrão, o humorista Diogo Defante disse que estava indicando um tratamento para ela amenizar os efeitos das pálpebras “caidinhas”.
A certa altura do show, Eduardo Sterblicht pediu para trocar de lugar, e foi se juntar a Sonia e Defante, confessando alguma saudade daquele “quentinho” da RedeTV!. Foi lá que ele se notabilizou, como o impagável Freddie Mercury do Pânico, quando protagonizava cenas divertidíssimas no circo televisivo promovido pela trupe da Jovem Pan na TV aberta.
Ao discursar sobre a vitória de “Renascer” como melhor novela, Marcos Palmeira honrou o prêmio e sanou a ausência do autor, Bruno Luperi, comemorando o fato de a novela “ter levado o MST ao horário das nove”.
Viva a TV ao vivo!
E quando a gente já achava que tinha gargalhado e se emocionado o bastante, ainda teve Fábio Júnior, imbatível crush de tantas gerações, cantando com banda e backing vocal, levando aquela plateia de celebridades ao delírio. Foi um karaokê de milhões.
Quem um dia iria dizer que veríamos William Bonner entoando os versos de “Alma Gêma” na TV?