Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Chegada de ‘Merli’ à TV aberta é presente a alunos no Dia do Professor

Ao mestre com carinho: Merlí, o professor de Filosofia que todos gostaríamos de ter, e seus alunos do Ensino Médio / Divulgação

Chego aqui a tempo de reforçar a estreia de “Merlí” na TV aberta brasileira: a TV Cultura leva ao ar a partir deste domingo, 15 de Outubro, quando se comemora o Dia do professor, as três temporadas da ótima produção catalã que fez carreira mundial pela Netflix. Vale a pena ver ou rever.

A Cultura é o único canal aberto no Brasil, atualmente, onde é possível assistir à produção, inédita na televisão aberta brasileira. O enredo vai ao ar todo domingo, a partir das 22h.

Produzida pela TV3com criação de Héctor Lozano e dirigida por Eduard Cortés, a série mostra como a filosofia pode ser apaixonante e divertida, sobretudo quando a história é conduzida por um professor nada convencional em seus métodos de ensino e até “imoral” (aos olhos de uns), de vez em quando, em seu comportamento fora de classe.

O mestre tem como lema a premissa de que “Os adolescentes não são estúpidos, eles simplesmente estão dormindo”, e seu objetivo é fazê-los acordar. Suas armas são: Kant, Aristóteles, Platão e outros filósofos clássicos para ajudar os jovens a enfrentar os grandes desafios de hoje.

Do que essas crianças seriam capazes se parassem de agir como parte do rebanho e começassem a pensar por si mesmas? Como professor, Merlí faz com que Sócrates, Hume, Nietzsche e outras figuras da história da filosofia ganhem vida para seus alunos, e ele os ajuda a resolver seus próprios problemas.

Protagonizada por Francesc Orella, a série alcançou um sucesso orgânico entre os assinantes da Netflix e não só no Brasil.

A série completa soma 40 episódios em 3 temporadas – 13 episódios em cada uma das duas primeiras safras e 14 na última. Professor de Filosofia, Merli se vê obrigado a cuidar do filho adolescente, Bruno, de quem sempre estabeleceu um certo distanciamento, depois que sua ex-mulher resolveu se mudar para Roma.

Desempregado no início da história, ele acabará arrumando uma vaga para lecionar justamente na escola do filho, expondo daí dramas da adolescência, das relações entre pais e filhos e do comportamento tão conturbado que os hormônios provocam nessa faixa dos 15/16 anos.

Jovens carentes de atenção ou excessivamente cobrados por resultados, pais ocupados, pais muito ciosos, mães solteiras, mães precoces, jovens gays oprimidos, jovens que se sentem culpados por falhas alheias, do ensino ao aprendizado, traçam uma série de dramas que vão pipocando a cada episódio, construindo uma gigantesca gama de assuntos de interesse em comum entre faixas etárias, sociais e geográficas diferentes.

Por isso é que a série é tão universal. Some a isso o fato de cada episódio se basear nas ideias de algum pensador ou escola filosófica, como os peripatéticos, Sócrates, Aristóteles, Nietzshce ou Schopenhauer, e temos então um enredo capaz de atingir famílias do mundo todo.

Merlí é um grande personagem, figuraça que qualquer um de nós adoraria ter na nossa rota de convivência. Altamente sedutor, é idolatrado (e às vezes odiado) pelos alunos, e isso gera alguma inveja nos colegas, dando pano para outros dramas.

Cada episódio leva o nome de um filósofo diferente e seus preceitos estão diretamente relacionados ao drama abordado no respectivo capítulo.

Divirtam-se.

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione