Ex-consulesa da França mapeia ‘segregação cordial’ de um Brasil que mal se admitia racista
Lançado no YouTube por ocasião da celebração do Dia da Consciência Negra, o documentário “Inconscientes Revelados” tem sua íntegra disponível no portal de vídeos do Google. A obra é de Alexandra Loras, ex-consulesa da França em São Paulo (2012-2016) e consultora em treinamentos em Diversidade e Inclusão.
Em primeira pessoa, ela narra como foi se chocando com a realidade do país da miscigenação, lá fora conhecido por uma suposta “democracia racial”, até encontrar o que chama de “segregação cordial”.
O filme mostra que o Brasil é o país que mais mata no mundo, e mata sobretudo o povo preto. O lugar de fala do enredo está assegurado por um número de profissionais negros bem acima do normal no set do audiovisual brasileiro.
A edição traz depoimentos de Luislinda de Valois, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e do professor e historiador Leandro Karnal.
O propósito é retratar a formação do povo brasileiro, a liderança de mulheres negras no empreendedorismo e padrões comportamentais que moldam a nossa sociedade, evidenciando os cacoetes e cicatrizes do racismo no Brasil.
“Retratamos uma questão econômica e social”, diz Loras, orgulhosa do título. “O povo negro sempre foi colocado em posições que desfavoreceram nossa imagem e a proposta do documentário é justamente quebrar esse estereótipo e engrandecer toda a contribuição que demos ao Brasil para a formação de seu povo”, completa.
O filme está disponível no canal do YouTube de Alexandra Loras (https://www.youtube.com/@alexandralorasoficial)
Com incentivo da Lei Rouanet e apoio do Ministério da Cultura, a produção foi financiada pela farmacêutica Sanofi e também contou com o apoio do Movimento Observador Criativo (MOOC). A realização é da Dream Box Film.