Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Porta dos Fundos faz breve temporada em SP de ‘Portátil’, boa arte do improviso

Gregório Duvivier, João Vicente de Castro e Luciana Paes em cena de 'Portátil', peça do teatro de improviso / Divulgação

Já viu “Portátil”, espetáculo todo baseado em uma rápida entrevista com a plateia? Pois vá. Vale a cena. Neste tranquilo 7 de Setembro, estreia uma brevíssima temporada no Teatro Liberdade, em São Paulo, que vale só até domingo (10).

Boa obra baseada em técnicas da dramaturgia do improviso, a peça é assinada pelo Porta dos Fundos, maior portal de humor do Brasil, com direção de Bárbara Duvivier. Em cena está o irmão dela, Gregório Duvivier, acompanhado de João Vicente de Castro, o bonitão da trupe. Convidados da vez, os ótimos Luciana Paes, Rafael Queiroga e o músico Andres Giraldo completam o elenco.

Os atores constroem todo o roteiro a partir dos relatos de espectadores desconhecidos ouvidos naquele mesmo instante. O público se diverte entre o prazer de encontrar falhas no enredo construído/improvisado na hora e entender como um personagem consegue desenrolar o fio do outro para que a história se complete, sem que em tese um não saiba o que o outro vai dizer.

Se você é daqueles espectadores que têm pavor de serem chamados a falar por algum dos atores da peça, esconda-se nas fileiras laterais ou no fundo do teatro, o que no caso do Teatro Liberdade não é uma boa. Embora o espaço seja ótimo, o ônus de fugir da interação proposta pelos atores pode custar uma distância de 20 fileiras do palco. Melhor é apenas relaxar e curtir, que a conversa é boa e não prevê esculacho para o espectador.

Com os poucos dados que a pessoa escolhida na plateia fornece aos atores, além de uma trilha sonora composta no momento, o elenco cria uma narrativa própria que percorre as memórias do entrevistado. No final, o resultado é um espetáculo orgânico, diversificado, que passeia por diversos personagens, épocas e lugares, a fim de contar a história de uma pessoa.

Para o elenco, “Portátil” é um lugar de invenção, desdobramento, desenvolvimento dos atores e cumplicidade com a plateia. Para os espectadores, é possível testemunhar, ao vivo, o processo criativo do grupo de humor.

Por ser sempre baseado na história de alguém presente na plateia, cada espetáculo é obrigatoriamente único, mesmo que o elenco se apoie em algums recursos para fazer a encenação acontecer.

“Portátil” já foi registrado como especial de TV para o canal Comedy Central, tendo sido inclusive finalista ao Emmy International, e já cumpriu temporadas no Rio, ainda em 2015, e em São Paulo (2016), além de ter viajado por Portugal.

Mais informações sobre ingressos e horários aqui, no site do Teatro Liberdade.

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Cristina Padiglione

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